quinta-feira, março 29

GATOS NÃO NASCERAM PARA "VOAR"


Gato paraquedista, isso existe?



Com a mudança da característica da família contemporânea: menor, em processo de urbanização, morando em condomínios verticais e na busca de um animal de companhia que possa ser mais independente, o gato se torna cada vez mais popular nas residências dos grandes centros.

Entretanto, o felino, apesar de bem adaptado às condições e à segurança desse novo ambiente, mantém os seus instintos, inclusive o de caça, que é expresso em suas brincadeiras diárias com o proprietário, brinquedos ou caçando pequenos insetos, roedores e pássaros.

Quem já não ouviu o relato de um gato que se “jogou” ou que se “suicidou” pulando pela janela de um determinado andar? Muitos classificam esses animais como suicidas.

Apesar desses relatos, não há pesquisas que comprovem que esses felinos se “suicidaram”. O que acontece normalmente são acidentes devido ao instinto do animal de caçar um inseto ou pássaro que passa na altura da sua visão ou da sua curiosidade em explorar o ambiente e caminhar sobre locais potencialmente perigosos como uma janela aberta ou varanda, e, acidentalmente, escorregar e cair desses locais altos.

É incorreto e injusto chamar esse evento de “suicídio”, pois o proprietário do animal, que sofre com o trauma ou até o óbito do seu animal arcará injustamente com a “pseudo” culpa do acidente, imaginando que seu animal estava triste, depressivo, o espaço era pequeno para o companheiro ou outras possibilidades que não foram a causa efetiva do acidente.

Para evitar esses problemas, o proprietário de gatos que mora em edifícios ou locais altos deve tornar o ambiente seguro para os seus animais com a colocação de telas com tamanho adequado para impedir o acesso deles a locais perigosos como janelas e varandas.

Mesmo em casas térreas esse procedimento é indicado, pois evitará que o gato saia de casa e entre em contato com animais que podem ser portadores de doenças infecciosas, sofra acidentes de trânsito, reproduza (caso ao animal não seja castrado) e aumente o número de animais abandonados na rua ou até mesmo seja agredido por outros animais e pessoas. Nesse ponto, podemos questionar se não estaremos interferindo na questão do bem-estar do gato, pois afetaremos uma das suas cinco liberdades: a de expressar o seu comportamento de caçador e explorador de ambiente. Mas aí a decisão e a responsabilidade ficarão a cargo do proprietário!

Uma coisa é certa: guarda responsável é dever daqueles que assumem o compromisso de conviver com um animal. Pensar na segurança e no bem-estar deles faz parte das responsabilidades de todo proprietário!

*M.V. Leonardo Nápoli
INSPA – Instituto de Psicologia Animal

 

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