Profissionais da produção animal do RS
recebem treinamento da WSPA Brasil
Ainda é grande a polêmica sobre o
consumo de carne devido à milenar Cultura Alimentar. Desde que os Direitos
Animais ganharam visibilidade, é louvável a nova consciência ecológica
mundial alcançada, porém, é sabido que muitos humanos vão continuar a
consumi-la.
Frente a esta realidade, as organizações vêm atuando intensamente de forma a
minimizar os impactos do abate no momento do manejo, o que traz benefícios
tanto para os animais como para as pessoas, buscando formas e práticas que
ofereçam atitudes menos cruéis aliadas a questão de qualidade dos alimentos. A
ciência comprovou que um animal abatido para o consumo, se em
situação cruel, a ingestão do que se chama na cadeia de
comercialização de "produto", causa malefícios através da liberação
da adrenalina.
Desde 2009, a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA Brasil), em parceria
com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), têm
percorrido estados e municípios com o Programa Nacional de Abate Humanitário
(STEPS). Trata-se da capacitação de profissionais da produção animal às
práticas corretas de manejo e promoção qualidade de vida daqueles criados em
solo brasileiro.
No Brasil, a ideia é ensinar, por exemplo, a embarcar animais de fazendas
e granjas para os frigoríficos de modo que eles não sofram tanto durante o
trajeto. O embarque e o desembarque devem ser feitos de uma forma mais
tranqüila, que atenda às boas práticas de manejo.
|
Charli Lüdtke
Para a gerente de Animais de Produção
da WSPA Brasil, Charli Lüdtke, “todo animal é um ser senciente, mesmo as
pessoas achando que um animal de produção é diferente de um gato ou de um
cachorro. Mas não é. Estamos falando de seres vivos”. Segundo ela, a interação
do homem com os animais e as instalações têm de ser harmoniosa. E isso vai da
propriedade até o frigorífico.
Em junho foi a vez dos gaúchos serem
treinados pelo programa. A equipe da ONG passará onze meses no Rio Grande
do Sul visitando todos os frigoríficos, filmando o manejo para
avaliar a forma como os animais são abatidos e repassando as
novas técnicas. De acordo com o zootecnista e gerente do Programa Nacional
de Abate Humanitário (STEPS) da WSPA Brasil José Rodolfo Ciocca, a
ideia é difundir as práticas corretas de manejo e abate, considerando as
diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e da União Europeia.
“Acima da preocupação com a qualidade da carne, está a intenção ética de prover
qualidade de vida aos animais”, diz Ciocca, ao destacar que mais de 250
frigoríficos já se adaptaram ao modelo.
A ação conjunta da WSPA e MAPA segue o modelo consagrado em países
desenvolvidos. Na Inglaterra, por exemplo, a Universidade de Bristol age em
parceria com frigoríficos britânicos para desenvolver técnicas de abate
humanitário, dando cursos e treinamentos de capacitação, inclusive no
quesito transporte, o que é obrigatório em toda a União Europeia. Lá, os
condutores precisam passar por um programa sobre o bem-estar animal antes de
sair pelas estradas transportando carga viva.
Os próprios abatedouros reconhecem que a alta carga de estresse a caminho do
matadouro faz a carne perder qualidade e cada hematoma representa uma perda
equivalente a 400 gramas do alimento. Além do prejuízo sentido nos cortes, a
carne também perde qualidade quando os animais sofrem maus tratos desde a
criação, no manejo (transporte) até o abate.
Abates clandestinos ainda são maioria no país
Os frigoríficos brasileiros têm de cumprir à Instrução Normativa Nº 3 que
tornou obrigatório os procedimentos de abate humanitário em 2000. Dados da
Sociedade Mundial de Proteção Animal dão conta de que o percentual de abates clandestinos
é grande no país, variando entre 30% e 50% do total, dependendo da região.
Em 1995, o Estado de São Paulo, por exemplo, obrigou matadouros e abatedouros a
utilizar métodos científicos e modernos que impeçam o abate cruel de animais.
Mas nem todos seguem a lei. O índice de carne clandestina varia de 20%, nas
regiões mais abastadas, a 60%, nas mais pobres do país. Nesses casos, o abate é
feito ainda de forma primitiva, cruel e violenta.
A SEDA entende que o termo "abate humanitário" não é adequado,
um eufemismo até. O abate é um meio de eutanasiar e associá-lo a uma prática
humana que pode, para alguns, minimizar os impactos da morte.
Conheça mais sobre o Programa Nacional de Abate Humanitário da
WSPA acessando o site
FONTE: SEDA
SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS ANIMAIS
PREFEITURA DE PORTO ALEGRE-RS
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário