sábado, julho 14

WSPA: ABATE HUMANITÁRIO



Profissionais da produção animal do RS recebem treinamento da WSPA Brasil

Ainda é grande a polêmica sobre o consumo de carne devido à milenar Cultura Alimentar. Desde que os Direitos Animais ganharam visibilidade, é louvável a nova consciência ecológica mundial alcançada, porém, é sabido que muitos humanos vão continuar a consumi-la.

Frente a esta realidade, as organizações vêm atuando intensamente de forma a minimizar os impactos do abate no momento do manejo, o que traz benefícios tanto para os animais como para as pessoas, buscando formas e práticas que ofereçam atitudes menos cruéis aliadas a questão de qualidade dos alimentos. A ciência comprovou que um animal abatido para o consumo, se em situação cruel, a ingestão do que se chama na cadeia de comercialização de "produto", causa malefícios através da liberação da adrenalina.

Desde 2009, a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA Brasil), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), têm percorrido estados e municípios com o Programa Nacional de Abate Humanitário (STEPS). Trata-se da capacitação de profissionais da produção animal às práticas corretas de manejo e promoção qualidade de vida daqueles criados em solo brasileiro.

No Brasil, a ideia é ensinar, por exemplo, a embarcar animais de fazendas e granjas para os frigoríficos de modo que eles não sofram tanto durante o trajeto. O embarque e o desembarque devem ser feitos de uma forma mais tranqüila, que atenda às boas práticas de manejo. 
Charli Lüdtke
Para a gerente de Animais de Produção da WSPA Brasil, Charli Lüdtke, “todo animal é um ser senciente, mesmo as pessoas achando que um animal de produção é diferente de um gato ou de um cachorro. Mas não é. Estamos falando de seres vivos”. Segundo ela, a interação do homem com os animais e as instalações têm de ser harmoniosa. E isso vai da propriedade até o frigorífico.

Em junho foi a vez dos gaúchos serem treinados pelo programa. A equipe da ONG passará onze meses no Rio Grande do Sul visitando todos os frigoríficos, filmando o manejo para avaliar a forma como os animais são abatidos e repassando as novas técnicas. De acordo com o zootecnista e gerente do Programa Nacional de Abate Humanitário (STEPS) da WSPA Brasil José Rodolfo Ciocca, a ideia é difundir as práticas corretas de manejo e abate, considerando as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e da União Europeia. “Acima da preocupação com a qualidade da carne, está a intenção ética de prover qualidade de vida aos animais”, diz Ciocca, ao destacar que mais de 250 frigoríficos já se adaptaram ao modelo.

A ação conjunta da WSPA e MAPA segue o modelo consagrado em países desenvolvidos. Na Inglaterra, por exemplo, a Universidade de Bristol age em parceria com frigoríficos britânicos para desenvolver técnicas de abate humanitário, dando cursos e treinamentos de capacitação, inclusive no quesito transporte, o que é obrigatório em toda a União Europeia. Lá, os condutores precisam passar por um programa sobre o bem-estar animal antes de sair pelas estradas transportando carga viva.

Os próprios abatedouros reconhecem que a alta carga de estresse a caminho do matadouro faz a carne perder qualidade e cada hematoma representa uma perda equivalente a 400 gramas do alimento. Além do prejuízo sentido nos cortes, a carne também perde qualidade quando os animais sofrem maus tratos desde a criação, no manejo (transporte) até o abate.

Abates clandestinos ainda são maioria no país
Os frigoríficos brasileiros têm de cumprir à Instrução Normativa Nº 3 que tornou obrigatório os procedimentos de abate humanitário em 2000. Dados da Sociedade Mundial de Proteção Animal dão conta de que o percentual de abates clandestinos é grande no país, variando entre 30% e 50% do total, dependendo da região.

Em 1995, o Estado de São Paulo, por exemplo, obrigou matadouros e abatedouros a utilizar métodos científicos e modernos que impeçam o abate cruel de animais. Mas nem todos seguem a lei. O índice de carne clandestina varia de 20%, nas regiões mais abastadas, a 60%, nas mais pobres do país. Nesses casos, o abate é feito ainda de forma primitiva, cruel e violenta.

A SEDA entende que o termo "abate humanitário" não é adequado, um eufemismo até. O abate é um meio de eutanasiar e associá-lo a uma prática humana que pode, para alguns, minimizar os impactos da morte.

Conheça mais sobre o Programa Nacional de Abate Humanitário da WSPA acessando o site

FONTE: SEDA
SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS ANIMAIS
PREFEITURA DE PORTO ALEGRE-RS



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