Latidos excessivos: como agir com seu cão
*Por Joice Peruzzi
O maior problema enfrentado pelos tutores de cães em
apartamentos e condomínios é o latido excessivo. Os problemas com latido trazem
desconforto ao tutor e vizinhos, mas também podem ser um sinal de que o cão não
está em uma situação de bem estar ou está com algum distúrbio de comportamento,
do qual o excesso de latidos é apenas um sintoma.
A vocalização é uma das formas de comunicação canina,
faz parte do repertório normal da espécie e pode ser demonstrada em inúmeras
situações, desde guarda territorial até saudação.
Normalmente os latidos iniciam na interação do filhote com
seus irmãos, como uma forma de brincadeira. É importante ressaltar que algumas
raças apresentam maior tendência ao latido mas, mais do que isso, alguns
indivíduos demonstram desde pequenos que serão mais vocais que outros.
Normalmente, esses cães utilizam latidos como forma de chamar a atenção do dono
e se não houver um correto manejo, ele passa a usar o latido como forma
principal de comunicação.
Mas o latido excessivo não surge apenas como uma forma
de chamar atenção, podendo fazer parte de outras questões comportamentais, como
a agressividade territorial ou por medo, a disfunção cognitiva, os distúrbios
de ansiedade, incluindo a ansiedade de separação e até como uma forma de
comportamento compulsivo.
Por isso é muito importante que um caso de latidos excessivos
seja muito bem avaliado para que se entenda a causa por trás dos latidos. Muitas
vezes a situação é simples, quando o animal utiliza o latido como forma de
interação com o ambiente e busca de atenção. Nesses casos, o enriquecimento do
ambiente aliado com a mudança no manejo do tutor e aumento de atividade física
podem ser suficientes. O cão deve entender que quando late não ganha nenhuma
forma de atenção, ou seja, é ignorado completamente e, ao contrário, quando
está quieto, ganha imediatamente a atenção de sua família.
Algumas punições como jato de água ou lata com moedas
podem ser usadas, mas gritos, agressões físicas e choque não são bons métodos
punitivos, pois são excessivos e podem gerar trauma no cão.
Quando o problema com latidos é apenas um sintoma, a
questão comportamental por trás dele deve ser tratada. Nesses casos,
utilizam-se técnicas, manejos e medicações específicas para cada distúrbio.
É importante ressaltar que em qualquer caso, busca-se um
controle maior do tutor sobre os latidos do cão e uma redução nos episódios de
vocalização, mas o animal continuará utilizando o latido e outras vocalizações
como forma de comunicação, o que é normal e esperado de qualquer cão.
*Médica Veterinária Homeopata CRMV-RS 10379
Comportamento de Cães e Gatos
(51)97266557
www.petestar.com.br
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