Direito
à liberdade
Por Bethania Malmberg (da Redação – Suécia)
Aproveitando o dramático debate
sobre os zoológicos Öland e
Park Zoo na Suécia,Catharina Krång, presidente da Nordens Viltrehabilitering
(reabilitação selvagem), escreveu um pequeno artigo no *jornal refletindo sobre a atual situação dos animais
confinados em zoológicos. Leia a seguir:
Em todo o mundo existem milhões de animais exóticos
e domésticos em cativeiro. Eles vivem em caixas, jaulas, aquários e gaiolas. As
vidas distantes de seus habitats naturais faz com que eles frequentemente
apresentem sintomas de transtornos mentais graves. De acordo com um estudo
realizado pela Born Free Foundation, cerca de 80 por cento dos animais que
vivem em jardins zoológicos europeus sofrem da chamada “doença de zoológico”.
Um sinal típico de que o animal está sofrendo com a
“doença do zoológico” é que eles passam a exercer um tipo de comportamento com
movimentos longos e repetitivos. Eles podem ir e voltar da mesma forma, bater a
cabeça, lamber-se excessivamente ou morder as grades da jaula. Outro sintoma é
que o animal machuca a si mesmo.
O zoológico é uma relíquia dos tempos coloniais,
quando os comerciantes de escravos, filantropos, missionários e conquistadores
do mundo tinham o continente africano a seus pés. Animais silvestres, aves,
assim como os mamíferos, foram enviados para a Europa e para a América. Os
animais que sobreviveram às viagens acabavam, quer como objetos exóticos em um
parque real, como vítimas de objetos científicos sobre uma mesa de dissecação
ou nos primeiros espaços menores zoológicos.
Alguns zoológicos de hoje possuem melhor padrão.
Contudo, muitos problemas permanecem. Exemplos vivos e atuais disso são Öland e
Zoo Park.
É aceitável que um animal selvagem esteja em
cativeiro se o objetivo é o de reabilitar um indivíduo lesado ou para
protegê-lo de algum perigo, como, por exemplo, um grande desastre ambiental ou
guerra. Isto deveria ser visto como um último recurso e o animal deveria, o
mais rapidamente possível, retornar à vida em liberdade.
No futuro, por conseguinte, os jardins zoológicos
tradicionais deveriam desaparecer. É totalmente inaceitável que zoológicos com
animais silvestres sejam criados para entreter pessoas, sem levar em conta a
saúde e o comportamento natural dos mesmos.
Zoológicos costumam enfatizar que são importantes
por haver um valor educativo, mas a questão mais importante que deve ser
respondida neste contexto é: será que a existência de zoológicos realmente
contribui para que humanos desenvolvam respeito pelos animais? Ao contrário,
alguém poderia pensar que os zoológicos ensinam principalmente que os animais
foram feitos para o homem – e não fins em si mesmos.
A própria ideia de zoológico é, em suma, uma
arrogância embutida.
*As informações são do jornal
sueco Aftonbladet
Nenhum comentário:
Postar um comentário