Fogos de artifício e cães
*Por Joice Peruzzi
Nas festas de final de ano muitos cães entram em
sofrimento por causa dos fogos de artifício, o que pode ser muito perigoso
devido ao risco de machucados e fugas.
A fobia a sons pode ser tratada mediante um processo de
dessensibilização e contra condicionamento, onde o animal é exposto gradualmente
a esses sons, juntamente com algumas mudanças em seu manejo. Em alguns casos é
necessário o uso de medicações para facilitar o processo. O tratamento é longo
e exige muita paciência e comprometimento do tutor, mas é recompensador
oferecer essa opção de bem estar ao seu mascote! É imprescindível que o tratamento
seja supervisionado por um profissional qualificado.
Caso seu cão tenha medo de fogos, você pode tomar alguns
cuidados para deixá-lo o mais confortável possível nessa época, mas nada
substitui a dessensibilização e o trabalho a longo prazo.
Os cães com medo respondem de formas diferentes aos
sons de fogos: alguns se escondem, outros procuram o dono, enquanto outros têm
respostas mais exacerbadas, com perda de controle de esfíncteres (micção e
defecação involuntárias), vômito, salivação excessiva e tentativas de fuga que podem
causar injúrias ao animal. Os casos mais graves podem ser considerados fobias,
que são uma reação de medo exagerada ao estímulo, com envolvimento de sistema
nervoso autônomo.
É importante deixar o animal em um local onde ele se sinta
seguro, de preferência na presença do tutor. Prepare um canto para ele, com a
cama dele e se ele preferir, deixe que se esconda debaixo de móveis, desde que
seja seguro. Ligue a televisão ou som em volume alto nesse cômodo e tente manter
a calma. A colocação de algodões nos ouvidos pode ajudar.Jamais xingue seu cão
nesse momento, pois isso aumentará o medo dele. Da mesma forma, carinhos exacerbados,
abraços e conversas não irão acalmá-lo e podem reforçar o comportamento. Caso
ele se sinta mais seguro em seu colo, fique com ele, mas sem acariciar demais
ou abraçá-lo.
Se ele precisar ficar sozinho, certifique-se de que não
há por onde fugir e deixe-o onde ele se sente mais seguro e confortável na
casa.
Em alguns casos mais graves, o uso de medicações
sedativas pode ser necessário, mas só deve ser feito sob recomendação
veterinária, devido ao risco de efeitos colaterais.
*Médica Veterinária Homeopata CRMV-RS 10379
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