A história de Laika
Conheça a emocionante história da cadela Laika, o
primeiro ser vivo terrestre a orbitar a Terra, lançado ao espaço no Sputnik 2
sem expectativa de volta.
Recolher um jovem cão de rua e
treiná-lo para uma experiência pública de progresso, que o matará em poucas
horas, em condições inóspitas, solitárias, imprevisíveis, apavorantes e sem
chance de sobrevivência, lhe parece cruel? Pois foi isso que aconteceu com Laika,
uma cadela vira-lata de aproximadamente 2 anos de idade, 6 kg e sem dono,
encontrada nas ruas de Moscou.
A história de Laika começa em 14 de
outubro de 1957, dez dias após o primeiro satélite artificial (Sputnik 1) ser
colocado em órbita, quando, para se provar ao mundo o poder da União Soviética,
se ordenou que fosse lançado um satélite com um ser vivo a bordo em comemoração
aos 40 anos da Revolução Russa.
Laika passou então a fazer parte de
um grupo de dez cães treinados por Oleg Gazenko, no Instituto de
Medicina da Força Aérea, para vôos espaciais. Somente três cadelas,Albina, Laika e Mukha,
foram escolhidas para passar por treinamentos intensos e estressantes de
resistência a vibrações (simulador de vôo), acelerações, cargas G em máquinas
centrífugas, altos ruídos e permanência em compartimentos cada vez menores, por
até 20 dias. A escolha de fêmeas se deu, entre outros fatores, pelo fato de
que, ao contrário dos machos, elas não têm a necessidade de ficar em pé e
erguer uma perna para urinar, o que era impossível de ser realizado na pequena
cabine pressurizada destinada ao cão dentro da nave. Dentre as três, Laika foi
escolhida por sua personalidade tranqüila e paciente.
No dia 3 de novembro de 1957 (2 de
novembro, no Brasil) é lançado então o Sputnik 2, na Rússia, com
Laika a bordo. Fixada ao chão da nave com uma espécie de cadeira que a impedia
de se movimentar e equipada com um recipiente para armazenar seus excrementos,
Laika começa a uivar apavoradamente devido ao barulho ensurdecedor e às
vibrações do lançamento. Seu ritmo cardíaco dispara e chega a três vezes acima
do normal.
Moscou afirmava ao mundo que em
poucos dias Laika retornaria numa cápsula espacial ou em um pára-quedas. Mas
apesar do que era divulgado, Moscou sabia, desde o início, que Laika não
retornaria com vida de sua missão, pois o Sputnik 2 não possuía tecnologia para
regressar à Terra.
Era uma viagem só de ida.
Então, depois de várias especulações
sobre o assunto, finalmente foi feito o anúncio oficial de que Laika não mais
voltaria, mas morreria sem dor no espaço, após uma semana.
Deste momento em diante, muitas
versões para a morte da solitária tripulante foram apresentadas, inclusive de
que que Laika teria morrido após cerca de 10 dias em órbita, através de uma
injeção letal. Mas foi somente em 2002, quarenta e cinco anos depois, que Dimitri
Malashenkov, um dos cientistas da equipe na época, revelou que Laika morreu
devido a um problema na desacoplagem de uma parte do satélite que interrompeu o
sistema de controle térmico e, consequentemente, elevou a temperatura interna
do Sputinik 2 para 40ºC.
Submetida a um cenário de pânico,
calor extremo e desespero, Laika finalmente morreu, entre cinco e sete horas
depois do lançamento.
O Sputnik 2 deu 2.570 voltas ao
redor da Terra, cerca de 100 milhões de quilômetros, até consumir-se na
atmosfera com os restos mortais de Laika, no dia 14 de abril de 1958.
Apesar de sua morte, os cientistas
afirmaram que a viagem de Laika possibilitou o conhecimento da reação de um ser
vivo em órbita e, conseqüentemente, deu início aos vôos espaciais tripulados
por seres humanos.
Laika foi o primeiro ser vivo
terrestre a orbitar a Terra. Após sua missão, nenhuma outra foi realizada sem
que se tivesse a possibilidade tecnológica de retorno do animal.
Homenagens
Ainda nos dias atuais a história de
Laika emociona milhares de pessoas pelo mundo. Desde 1997 Laika possui sua
placa em Baikonur, a cidade das estrelas, juntamente com as dos demais
cosmonautas mortos. Em 2008, no centro de Moscou, foi inaugurado um monumento
de 2 metros de atura próximo ao Instituto de Medicina Militar (onde foram
feitos os cruéis testes com o grupo de cães) que consiste numa parte de uma
espaçonave no formato de uma mão humana que segura o seu corpo.
Dentre as homenagens pelo mundo todo
à Laika estão cadelas com seu nome, selos postais com sua imagem, marcas com
seu nome e uma série de produtos com sua foto.
Fonte: Dog Dicas
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ResponderExcluirÉ verdade!Dispor de uma vida como se ela não valesse nada...
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