Impressões
da vida canina e felina no leste europeu
*Por
Joice Peruzzi
Eu
tiro férias do meu trabalho, mas não consigo me desligar dele durante as
férias! Sempre observo o comportamento de cães e gatos que encontro em minhas
viagens, de seus tutores, quais as raças mais comuns naquele país, como são as
clínicas veterinárias, pet shops, banho e tosa e a legislação para animais de
estimação. Não que eu estude a fundo a legislação, mas observo onde cães e
gatos podem ou não entrar, como devem viajar e coisas do tipo.
Em
minha mais recente viagem, ao leste europeu, um pedacinho da Alemanha e Suíça, pude
observar uma realidade muito agradável e diferente da nossa. Não sei como são
as políticas públicas de controle animal, mas não vi nenhum cão de rua e apenas
um gato, em Praga, passeando pela rua. Mas o que mais me impressionou foi a relação
dos tutores com seus animais.
Em
todos os países em que estive cães e gatos acompanham seus tutores nas suas viagens,
inclusive em trem, avião, ônibus. É permitido que o animal viaje com você e ele
pode entrar em estações de trem e metrô e no aeroporto andando na guia, normalmente.
Em
todos os hotéis que fiquei, era permitida a estadia de animais de estimação
junto de seus tutores. No dia a dia não vi muitos cães passeando de metrô ou
ônibus com seus tutores, mas no domingo fiquei espantada com a quantidade deles
no metrô. Eram de variados tamanhos e todos estavam de coleira e guia, deitados
embaixo do banco ou sentados ao lado dos seus tutores. Nos ônibus há um local
reservado para ficar com o cão, mostrando como a prática é comum por lá...
Além
disso, em restaurantes, lojas e shoppings eles têm permissão para entrar,
sempre na guia, claro. Em supermercados há locais onde você deixa seu cão preso
do lado de dentro, abrigados do frio e chuva, enquanto você faz compras.
E,
como é de se esperar, em um local onde há essa liberdade para acompanhar seu tutor,
todos os cães que vi são extremamente educados e muito bem socializados. Mas, em
contrapartida, a maioria dos tutores tem apenas um cão, talvez porque facilite
o acompanhamento nas atividades diárias.
Na
República Tcheca e Hungria, os cães que estão em espaços públicos, como metrô, estações
de trem, shoppings e restaurantes devem estar de focinheira, independente de seu
tamanho e raça. A focinheira deve ser de grade e de plástico, que permite
abertura da boca confortavelmente.
Cão na estação de metrô, Praga |
A maioria dos cães que vi nesses espaços não
estava propriamente usando a focinheira, mas estava com ela no pescoço, pronta
para uso em situações adversas.
Essa
realidade é tão diferente da nossa...um cão visto com focinheira aqui é
sinônimo de agressividade ou desperta compaixão em nós, humanos. Lá isso é tão
normal, que todos (humanos e caninos) estão super adaptados à situação.
Vi
muitos cães brincando soltos em parques, carregando sua bolinha ou brinquedo no
passeio, levando para o parque.
Cães
não costumam frequentar banho e tosa com frequência por lá, então são poucos os
estabelecimentos que oferecem esse serviço. A maioria das pet shops só funciona
como loja mesmo, vendendo guias, coleiras, alimentos, brinquedos e roupas.
Em
todos os lugares a coleira preferida é a de pescoço, posso contar em uma mão a quantidade
de cães com enforcador, independente de seu porte.
As
ruas são muito limpas e as pessoas juntam MESMO as fezes de seus cães. Em
vários parques e ruas há saquinhos disponíveis para os tutores, como em Porto Alegre,
mas a grande diferença é que os saquinhos são de papel reciclado, mais
ecológicos, pois se decompõem muito mais rápido que os de plástico.
Em
Budapeste vi lixeiras específicas para as fezes dos cães, outra ideia boa que poderíamos
adaptar aqui.
Lixeira em Budapeste |
Saquinhos e lixeira em Bratislava |
E
os felinos? Todos dentro de casa. Com exceção de uma pequena cidade na Suíça,
St Gallen, onde vi escadas para acesso externo ao gato, a partir da janela do
apartamento.
Rampa e escada para acesso de gato, em St. Gallen |
Estava
muito frio e tudo estava coberto de neve, certamente naquele período nenhum felino
colocaria suas patinhas na rua!
Volto
sempre com essas novas experiências gravadas na minha memória...Dessa viagem o
que mais fica é o respeito e a relação muito próxima dos tutores com seus
animais, que consequentemente são extremamente calmos e educados.
*Médica Veterinária Homeopata CRMV-RS 10379
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