quarta-feira, março 13

DIÁRIO DE VIAGEM


Impressões da vida canina e felina no leste europeu
*Por Joice Peruzzi

Eu tiro férias do meu trabalho, mas não consigo me desligar dele durante as férias! Sempre observo o comportamento de cães e gatos que encontro em minhas viagens, de seus tutores, quais as raças mais comuns naquele país, como são as clínicas veterinárias, pet shops, banho e tosa e a legislação para animais de estimação. Não que eu estude a fundo a legislação, mas observo onde cães e gatos podem ou não entrar, como devem viajar e coisas do tipo.
Em minha mais recente viagem, ao leste europeu, um pedacinho da Alemanha e Suíça, pude observar uma realidade muito agradável e diferente da nossa. Não sei como são as políticas públicas de controle animal, mas não vi nenhum cão de rua e apenas um gato, em Praga, passeando pela rua. Mas o que mais me impressionou foi a relação dos tutores com seus animais.
Em todos os países em que estive cães e gatos acompanham seus tutores nas suas viagens, inclusive em trem, avião, ônibus. É permitido que o animal viaje com você e ele pode entrar em estações de trem e metrô e no aeroporto andando na guia, normalmente.
Em todos os hotéis que fiquei, era permitida a estadia de animais de estimação junto de seus tutores. No dia a dia não vi muitos cães passeando de metrô ou ônibus com seus tutores, mas no domingo fiquei espantada com a quantidade deles no metrô. Eram de variados tamanhos e todos estavam de coleira e guia, deitados embaixo do banco ou sentados ao lado dos seus tutores. Nos ônibus há um local reservado para ficar com o cão, mostrando como a prática é comum por lá...
Além disso, em restaurantes, lojas e shoppings eles têm permissão para entrar, sempre na guia, claro. Em supermercados há locais onde você deixa seu cão preso do lado de dentro, abrigados do frio e chuva, enquanto você faz compras.
E, como é de se esperar, em um local onde há essa liberdade para acompanhar seu tutor, todos os cães que vi são extremamente educados e muito bem socializados. Mas, em contrapartida, a maioria dos tutores tem apenas um cão, talvez porque facilite o acompanhamento nas atividades diárias.
Na República Tcheca e Hungria, os cães que estão em espaços públicos, como metrô, estações de trem, shoppings e restaurantes devem estar de focinheira, independente de seu tamanho e raça. A focinheira deve ser de grade e de plástico, que permite abertura da boca confortavelmente.
Cão na estação de metrô, Praga
A maioria dos cães que vi nesses espaços não estava propriamente usando a focinheira, mas estava com ela no pescoço, pronta para uso em situações adversas.
Essa realidade é tão diferente da nossa...um cão visto com focinheira aqui é sinônimo de agressividade ou desperta compaixão em nós, humanos. Lá isso é tão normal, que todos (humanos e caninos) estão super adaptados à situação.
Vi muitos cães brincando soltos em parques, carregando sua bolinha ou brinquedo no passeio, levando para o parque.
Cães não costumam frequentar banho e tosa com frequência por lá, então são poucos os estabelecimentos que oferecem esse serviço. A maioria das pet shops só funciona como loja mesmo, vendendo guias, coleiras, alimentos, brinquedos e roupas.
Em todos os lugares a coleira preferida é a de pescoço, posso contar em uma mão a quantidade de cães com enforcador, independente de seu porte.
As ruas são muito limpas e as pessoas juntam MESMO as fezes de seus cães. Em vários parques e ruas há saquinhos disponíveis para os tutores, como em Porto Alegre, mas a grande diferença é que os saquinhos são de papel reciclado, mais ecológicos, pois se decompõem muito mais rápido que os de plástico.
Em Budapeste vi lixeiras específicas para as fezes dos cães, outra ideia boa que poderíamos adaptar aqui.
Lixeira em Budapeste
Saquinhos e lixeira em Bratislava
E os felinos? Todos dentro de casa. Com exceção de uma pequena cidade na Suíça, St Gallen, onde vi escadas para acesso externo ao gato, a partir da janela do apartamento.
Rampa e escada para acesso de gato, em St. Gallen
Estava muito frio e tudo estava coberto de neve, certamente naquele período nenhum felino colocaria suas patinhas na rua!
Volto sempre com essas novas experiências gravadas na minha memória...Dessa viagem o que mais fica é o respeito e a relação muito próxima dos tutores com seus animais, que consequentemente são extremamente calmos e educados.
*Médica Veterinária Homeopata CRMV-RS 10379
  Comportamento de Cães e Gatos  (51)972-66557
 www.petestar.com.br



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