Ter um cachorro é, de fato,
favorável à saúde do coração
ANAHAD O’CONNOR
THE NEW YORK TIMES
Nova York, EUA. Uma das mais renomadas organizações
de saúde cardiovascular do mundo tem uma nova mensagem: ter um cachorro pode
proteger contra doenças cardíacas. Essa conclusão pouco usual estava em uma
declaração científica publicada, no início do mês, pela Associação Americana do
Coração, que reuniu um grupo de especialistas para revisar anos de dados sobre
os benefícios cardiovasculares de se ter um animal de estimação. O grupo
concluiu que ter um cão está “provavelmente associado” com um menor risco de
doenças cardíacas.
As pessoas que têm cachorro certamente têm mais razões para sair na rua, e estudos mostram que a maioria dos donos desses animais formam laços tão estreitos com eles que estar em sua companhia suaviza a reação do dono ao estresse e diminui os batimentos do coração, segundo o presidente do comitê que escreveu a declaração, Glenn N. Levine.
“Não quisemos tornar essa uma recomendação. Mas há
razões psicológicas, sociológicas e fisiológicas plausíveis o suficiente para
acreditar que ter um animal de estimação tem um papel causal na diminuição do
risco cardiovascular”, declara Levine.
A associação do coração publica cerca de três
declarações científicas por mês, normalmente sobre questões mais técnicas.
Contudo, o grupo foi levado a assumir uma postura sobre a questão dos bichos de
estimação pelo crescente número de relatórios e estudos médicos ligando a posse
de um animalzinho a uma saúde melhor.
Levine notou que os métodos mais tradicionais de reduzir os riscos de doença cardíaca já haviam se provado eficientes, e que agora era uma boa hora para investigar abordagens alternativas. “Sentimos que isso era algo que havia atingido um ponto em que seria razoável fazer uma investigação formal”, afirma.
Levine notou que os métodos mais tradicionais de reduzir os riscos de doença cardíaca já haviam se provado eficientes, e que agora era uma boa hora para investigar abordagens alternativas. “Sentimos que isso era algo que havia atingido um ponto em que seria razoável fazer uma investigação formal”, afirma.
Social. O cardiologista da Clínica Cleveland Richard
Krasuski, que não estava envolvido na declaração da associação, vê o fato como
um indício de atitudes sociais em direção à atividade física. “Muito poucas
pessoas estão atingindo seus objetivos de exercícios físicos. Em uma sociedade
ideal, em que as pessoas realmente dão ouvidos às recomendações médicas, não
seria necessário o animal de estimação para arrastar as pessoas para a rua”,
atesta.
No entanto, Levine explicita que ele
e seus colegas não estão incentivando ninguém a adotar um bichinho por alguma
razão diferente de dar a ele um bom lar. “Se alguém adota um animal de
estimação, mas ainda fica sentado no sofá fumando um cigarro, come o que der na
telha e não controla a pressão arterial, essa não é uma estratégia inteligente
para controlar o risco cardiovascular”, declara.
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