Por que os animais adotam outros animais?
*Por Amary Nicolau
Estranhas alianças se formam, muitas vezes, por força do instinto, mas a
empatia pode estar envolvida nessas alianças.
A história sobre o grupo de baleias cachalotes que adotou um golfinho
que nasceu com uma deformidade teve grande repercussão na internet.
Os mamíferos marinhos não são os únicos que formam essas alianças
inusitadas, foi o que disseram alguns especialistas à National Geographic.
Tais adoções são relativamente comuns entre os animais domésticos, e
ocasionalmente podem ser vistas em estado selvagem, de acordo com Jenny
Holland, autora do livro Amizades Improváveis.
Entre alguns exemplos, está o de um cão que cuidou de um esquilo como
sendo seu próprio filhote, macacos que trataram de gatinhos como sendo
macaquinhos e um cão que cuidava de um filhote de coruja, contou Jenny, por
e-mail.
E em seu próximo livro, Amores Improváveis, Jenny contará a história de
um dálmata que adota um bezerro, e uma cabra que ajuda uma jovem girafa a criar
autoconfiança.
A questão é: o por que dessas adoções? O que motiva essas famílias
adotivas?
“Eu queria poder entrar na mente desses animais e perguntar. Mas podemos
fazer algumas suposições com base no que sabemos sobre o cérebro dos animais e
sobre nós mesmos”, disse Jenny.
Por exemplo, em alguns casos, um animal pode adotar outro animal de
mesma espécie, atitude que acaba sendo instintiva.
“Instintivamente animais cuidam dos mais jovens para ajudá-los a
sobreviver, “ disse Jenny. “Então, eu acho que há alguma ligação muito forte de
DNA que leva os animais a oferecer cuidado a outro animal em necessidade. Caso
não sejam da mesma espécie acho que o comportamento vem da mesma necessidade.”
Benefício mútuo também pode ser um motivo,
é o que diz Jill Goldman, que estuda o comportamento animal no sul da
Califórnia.
“A fim de que a relação seja mantida, acredito que ambas as partes terão
que se beneficiar de alguma forma”, disse Jill, que tem estudado o
comportamento de lobos.
“Como nós definimos benefício, é outro assunto. Companheirismo social,
em alguns casos pode realmente ser o suficiente para ser qualificado como
benefício, desde que isso não seja compensado por uma concorrência ou ameaça.”
Por exemplo, a adesão de
um indivíduo em um grupo poderia ajudar a proteger o alimento ou oferecer
mais proteção ao grupo, que é provavelmente o que aconteceu no caso do golfinho
deformado, disse Jill.
Jill acrescentou que muitas dessas adoções ocorrem por fêmeas que
acabaram de dar a luz.
“Mães estão mais dispostas a assumir um filhote porque quando elas dão a
luz, elas têm um alto nível de oxitocina, o hormônio de ligação”, disse Jill.
Durante esse período, se a mãe cuida de um filhote “torna-se uma relação
de muito carinho.”
Mas a mãe não cuidaria de um adulto desconhecido, o que pode ser
percebido como uma ameaça à sua ninhada, ela observou.
Jenny acrescentou que muitos animais podem adotar outros animais como
forma de alivio à dor, à fome, ou à solidão.”
“Os mamíferos têm as mesmas estruturas cerebrais, o mesmo sistema,
relacionados com a emoção que temos,” disse ela. “Essas histórias nos dão uma
outra perspectiva sobre os animais não-humanos”.
Fonte: ANDA
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