sexta-feira, agosto 19

VIRA-LATA


Um velho companheiro
O vira-lata brasileiro é um cão autônomo, de grande inteligência e com enorme capacidade de conformação. É necessário enorme treinamento para um chimpanzé aprender o significado de uma ordem ou de dois gestos humanos. Mas um cachorro é capaz de entender mais de 100 palavras e identificar pelo nome até 200 objetos. Cães de raça são procurados em canis especializados,comprados por altos valores e vêm com atestados de pedigree. No caso dos vira-latas, ocorre exatamente o contrário: são eles que buscam os seres humanos.
Se os atestados de pedigree documentam toda a linhagem genealógica de um animal de raça, quase nunca se tem ideia de quem foram os pais de um vira-lata. Mesmo assim, um cão de pedigree com chip de identificação e toda a sua genealogia mapeada tem pouca chance de sobreviver se for abandonado, por exemplo, no meio da Avenida Paulista, em São Paulo. Já os vira-latas urbanos aprenderam a atravessar a rua. Aguardam os veículos passarem. Respeitam os sinais. E, em muitos casos, usam “homens guias”: nos cruzamentos mais difíceis, eles observam e seguem as pessoas. Os vira-latas demonstram tão rapidamente sua capacidade de apreender e expandir a mente por razões genéticas. Mas também porque, desde os primeiros dias de seu nascimento, estão expostos a grande variedade de experiências sensoriais, sobretudo nas patas. Seguem a mãe no capim, na areia, no cimento, na terra. A maior genialidade sensorial do vira-lata é seu olfato. Com esse conjunto de excelências, é normal que, como superlativo de beleza, utilizemos, em português, a expressão: “Bonito pra cachorro!” Da mesma forma, um prato delicioso é “Bom pra cachorro!” Para elogiar a excepcional competência ou o bom desempenho de alguém, dizemos “O cara é o cão!” E a fidelidade a toda prova é descrita como “lealdade canina”.
Vale a pena conferir a reportagem completa no link:

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