terça-feira, abril 24

PESQUISA CRUEL E INÚTIL


No dia mundial do Animal de Laboratório o PAN alerta: 92% dos medicamentos falham nos ensaios clínicos com humanos



Segundo dados da FDA (Food and Drug Administration), apenas 8% dos medicamentos que passam nos testes pré-clinicos (medicamentos testados em animais) são eficazes nos testes clínicos com humanos. Isto significa que 92% dos ensaios clínicos em animais que passam nos testes pré-clinicos (testes com animais), falham nos ensaios clínicos com humanos (fase 2).

Apesar do rápido avanço da medicina e biologia em procurar a cura para as doenças do nosso tempo, existe uma grande atraso em criar novos instrumentos para que os medicamentos possam ser testados com mais segurança e eficácia, num menor espaço de tempo e com custos menores. Em muitos casos os investigadores não têm outra escolha senão utilizar ferramentas e conceitos do século passado, como é o caso da experimentação animal.

Como resultado a grande maioria dos produtos experimentais que entram em ensaios clínicos falham, após um grande investimento em tempos e recursos. Esta elevada taxa de insucesso aumenta os custos e muitas vezes são usados os lucros dos diminutos casos de sucesso para subsidiar um cada vez maior número de casos que falham.

Com a Directiva Europeia de 22 de Setembro de 2010, o uso de animais na investigação biomédica está a ser substítuído pela cultura de células e tecidos. As simulações por computador permitem a obtenção de resultados mais rigorosos e pertinentes, nomeadamente na área da toxicologia.

Em Portugal esta directiva ainda não foi transposta integralmente para a legislação portuguesa e a triste realidade que temos é a de que:
- Estima-se que por ano cerca de 35.000 animais sejam usados em investigações biológicas e desenvolvimento de produtos para medicina veterinária e animal (os últimos números oficiais são de 2007)
- Ao contrário dos restantes países europeus, ainda não existem nos Laboratórios Portugueses comités de ética para regular o excesso e em que casos faz sentido recorrer à experimentação animal
-Não existe fiscalização da DG de Alimentação e Veterinária aos biotérios e laboratórios por falta de funcionários, visitando apenas estes locais, quando existem denúncias.
- As Universidades portuguesas continuam a utilizar animais nas aulas de fisiologia animal.

Por estes motivos o PAN lançou uma petição pela substituição da experimentação animal por alternativas em que exige:
- proibição do financiamento com dinheiros públicos de investigações invasivas em animais;
- canalização de fundos existentes para a construção de um centro 3R responsável pelo desenvolvimento de alternativas à experimentação animal e pela promoção da política dos 3R - replacement (substituição), reduction (redução), refinement (refinamento);
- proibição do uso de animais para experimentação em todos os estabelecimentos de ensino (escolas e universidades);
- proibição da aprovação de quaisquer projectos que envolvam ensaios pré-clínicos com animais;
- proibição da construção de novos biotérios em todo o território nacional e encerramento progressivo dos actualmente existentes.

*Fonte: PAN - Partido pelos Animais, Portugal

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